domingo, 24 de janeiro de 2010

Som e poesia, mas sem fantasia


Imagem: autoria não identificada Fonte: Google Imagens

Não sei exatamente há quanto tempo não abria o Germina Literatura. Por isso só hoje vi que há uma janela com som. Uma foto de um rádio antigo, com uma música com cara de poema. Abri aleatoriamente o site e me dei conta do quanto a palavra - e a melodia serenada - alimentam a alma.
Tem um tempo em que a gente tem que seguir, ou descobrir, coisas que nos digam algo, verdadeiramente.
Falo isto porque decidi, depois de um encontro que deu errado, não assistir Avatar. Não gosto de filmes de ficção, com efeitos computadorizados em excesso.
Parece paradoxal, já que os temas cibernéticos me atraem. Mas a simplicidade das palavras que posso ouvir na esquina me tocam muito mais e me fazem ligar a chave do carro e ir ao cinema.
Essa coisa do Globo de Ouro, só opiniões favoráveis, tudo me balançou. Mas hoje ouvi na real o que o filme tem de bom: roteiro e efeitos especiais. Ótimo. Por isso não vou. É pouco. Falta o poema realista. Casual, como este com que me deparei hoje no Germina. Ou como o texto do blog de Paradise Duluoz. Poético, sensível e inspirado numa história real.
Estou em um tempo de olhar mais perto. Não quero a lua de James Cameron. Quero colocar minha sobrinha no colo no dia do seu aniversário. Acalentá-la e confortá-la por ter presenciado a morte de uma jovem em um ponto de ônibus na esquina de casa, a quem tentou salvar desesperadamente depois que uma motorista de ré e sem freio imprensou a moça na parede.
Falo grego? Acho que não. Falo sem fantasia.

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